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domingo, 26 de julho de 2009
Jovem do início do século cometia crime "menor", aponta USP
Estudo feito em Ribeirão analisou situações de pobreza e de marginalidade de 1900 a 1930 entre vários adolescentes
Delitos mais comuns eram furtos de carteiras e roubos a casas, ao contrário do crime em massa registrado hoje, aponta a pesquisa
DA FOLHA RIBEIRÃO
Furtos de carteira e pequenos assaltos a casas da alta sociedade, estimulados pela pobreza. Jornais e documentos antigos revelam um perfil romântico dos crimes praticados por adolescentes de Ribeirão Preto no início do século 20.
Pesquisa da USP de Ribeirão com documentos datados de 1900 a 1930, encontrados no Arquivo Público e Histórico da cidade, na Câmara e em processos antigos no Fórum, retratam como viveram as crianças e os adolescentes órfãos e abandonados envolvidos com a marginalidade.
O estudo foi desenvolvido nos últimos três anos pelo historiador Sérgio Fonseca, docente do Departamento de Psicologia e Educação.
No início do século, a atenção a menores carentes era praticamente nula -ficava restrita a atos de caridade de grupos da sociedade. Em Ribeirão, só havia instituições particulares: o asilo de órfãos Anália Franco, para meninas, e o Instituto de Proteção e Assistência à Infância Dr. Antônio Gouveia.
Jornais de São Paulo, cujo modelo era copiado no interior, descreviam de forma pejorativa o trabalho de "biscates" feito por crianças, como o serviço de jornaleiro.
"Durante o dia, muitos encobrem seu verdadeiro mister apregoando "jornaes", fazendo carretos; uma vez que anoitece, prestam auxílio "efficaz" aos gatunos adultos", descreveu um jornal paulistano. O trabalho infantil no campo -na cultura do café- era o destino de crianças pobres.
A maior parte dos delitos infantis era de furto de carteiras, roubo a casas ou uso de arma de fogo. "Não é a violência em massa como se vê hoje disseminada entre os jovens", afirmou o historiador.
Apesar das diferenças de época, um ponto mantém-se comum: a pobreza. "O que permanece inalterado é que a miséria é a principal causa da delinquência juvenil."
A educação deficiente também tem culpa neste cenário, diz Fonseca. Se no passado a escolaridade era praticamente nula, hoje, porém, a oferta é universal. Mas a má qualidade do ensino ainda não faz com que a educação seja fator determinante para afastar o adolescente da criminalidade, segundo o professor. (JULIANA COISSI)
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